Opinião: Excelente quadrinho sobre guerra, porém uma guerra que não é muito falada, uma guerra que envolve brasileiros, uruguaios, paraguaios e argentinos, uma guerra estudada no Ensino Médio de maneira superficial. Esta HQ retrata além das barbáries que todos os exércitos cometeram, mostra o comércio de fotos de mulheres indígenas com o pretexto de estudo antropológico, mas que na verdade eram comercializadas para os ricos como pornografia. São atos e cenas revoltantes, ficamos enojados com a capacidade do ser humano de destruir, guerrear, explorar e não medir esforços para seguir um ideal ou ganhar dinheiro. É uma história que relata a Batalha de Acosta Ñu, durante o período em que Brasil, Uruguai e Argentina formaram a tríplice aliança e lutaram contra o Paraguai.
A Batalha de Acosta Ñu foi um massacre, mas não de soldados adultos, foi um massacre de crianças que foram obrigadas a servir seu país uma vez que o Paraguai se recusava a ceder, mesmo sem um exército. A batalha fez com que mais de 3 mil crianças lutassem contra 20 mil soldados da tríplice aliança em 16 de agosto de 1869 (hoje nesta data é comemorado o Dia das Crianças no Paraguai em razão deste fato histórico).
A história é narrada pela perspectiva de um fotógrafo francês que vai em busca das exóticas mulheres da tribo Guarani, mas ao longo das páginas seu objetivo comercial acaba sendo colocado de lado ao se deparar com a morte, a exploração, os estupros, o horror da guerra.
Não pensem que é uma história que aponta apenas o erro paraguaio de obrigar crianças a lutarem, pois mostra também brasileiros, argentinos e uruguaios saqueando, matando, estuprando, se vangloriando de algo que não é bom. Assim como em diversas obras que falam sobre a 2ª ou a 1ª Guerra Mundial, a Batalha do Paraguai também foi um show de horrores e que precisamos conhecer mais, afinal está relacionado diretamente com a história do nosso país, uma história que deve ser conhecida para que não seja repetida.
Nota: 8,5