Opinião: Mangá autobiográfico de Kobi Nagata, uma mulher de 28 anos que nunca teve experiências sexuais e amorosas, incluindo beijar. A autora inicia sua narrativa explicando que ela resolveu contratar o serviço de uma prostituta lésbica para experimentar os prazeres do sexo e tentar suprir sua carência, sua solidão. A partir disso, voltamos 10 anos e em uma ordem cronológica de acontecimentos e problemas psicológicos nos aprofundamos mais nos problemas que ela enfrenta, desde depressão e distúrbios alimentares até o medo e a preocupação da aceitação dos pais em relação a sua homossexualidade e carreira profissional. Para quem já leu "Virgem depois dos 30 (Pipoca e Nanquim - já resenhado no blog) encontrará vários pontos parecidos, acredito que a maior diferença seja a coragem da autora em expor, e de certa forma, externar seus sentimentos em busca de melhora. As ilustrações são pintadas em tons de rosa ao longo de todo o mangá, o desenho da autora não é bonito, mas é compreensível e atende ao objetivo. Por se tratar de uma história real ficamos curiosos ao longo da leitura para saber se ela conseguiria superar ou não, se ela procuraria ajuda profissional, etc. Por isso, dar mais detalhes da história pode estragar a experiência de leitura de cada um, segunda a minha opinião, é um mangá que vale a pena ser lido para conhecermos a versão feminina do mangá documentário Virgem depois dos 30. Não é uma obra-prima, mas ainda sim choca um pouco, principalmente quando ela revela certas coisas sobre sua relação com a família, em especial com a mãe, sendo inevitável fazermos comparações com a nossa cultura ocidental, ou ainda, reconhecermos alguém que possui ações parecidas com a da protagonista.