Opinião: Um quadrinho com uma arte espetacular, baseado na história e carreira dos Beatles e de Brian Epstein, considerado o pilar que sustentou e ditou as regras para o sucesso da banda. É uma leitura fluida, não vemos o tempo passar e quando percebemos já chegamos ao final. Ao abrir a HQ, logo na primeira página, já temos a citação de John Lennon falando sobre o empresário que acompanhou a banda, projetando a carreira internacional do quarteto e permanecendo a frente dos negócios. Durante a leitura, além de descobrir vários fatos, é possível sentir a música sendo transportada pelas páginas, para quem possui um conhecimento básico sobre os Beatles e suas músicas ao ler a citação do nome de alguma delas, ou o trecho imediatamente o refrão toca na cabeça.
É uma HQ que traz uma carga dramática, afinal a vida real é dramática e complexa. Brian viveu em um período cheio de preconceitos, mas conseguiu driblar algumas adversidades ou falhar e mergulhar em situações nocivas. É sobre ambição, sonho, planejamento, ao final a sensação que fica é: "Os Beatles não seriam o fenômeno mundial que foram, tendo uma marca, um estilo, produtos sobre eles, se não fosse Brian Epstein". Adorei a leitura, mesmo para quem não é fã da banda vale a leitura, pois percebemos vários elementos de como era a sociedade nos anos 60. Brian era filho do dono de uma loja de discos, era judeu e homossexual (o que era crime no Reino Unido na época), e ao ter contato com a música de qualidade e a mensagem de amor que a banda Beatles queria passar, soube enxergar uma oportunidade de negócio, Brian era aquele que por trás dos bastidores fazia de tudo para que tudo corresse bem, nos mostrando que talvez com um empresário diferente, com outras escolhas, os Beatles não seriam quem são hoje (arraigados à cultura pop), mas para a sorte de todo o mundo eles escolheram Brian Epstein como empresário.
Não pensem que a história é focada apenas em Brian, ao longo do HQ temos os principais acontecimentos na vida do quarteto nos anos em que Brian estava como empresário, sendo talvez, a mais famosa delas, quando John comparou a fama da banda com a fama de Jesus e a repercussão negativa que isso gerou.
Ao terminarmos toda a história, temos ainda Paul falando de Brian, além de um texto complementar que vale muito a leitura e recortes da época que o autor Vivek ganhou de alguns entrevistados enquanto fazia sua pesquisa.
Nota: 9,5